E mais uma taxa nos é imposta (uma extorsão), em nome dos espoliados pela pirataria dos direitos de autor.
Mas como sempre existe absurdos como querer taxar as box de TV quando as emissoras já pagaram os direitos, ou taxar estabelecimentos por terem tv`s, quando esta já pagou para transmitir para todos.
Mas devem os inocentes pagar pelos culpados ?
Nem todos fazem cópias ilegais !
Mas se a ideia de pagar aos autores em si não me faz confusão, já como é distribuída... o faz.
Como se distribui esse "bolo" ?
Os verdadeiros lesados é que recebem? Ou todos?
Como é que se sabe realmente quais são os pirateados ?
Ou dão a quem está mais na moda ?
Porque é que os editores, não praticam preços "mais amigos do comprador", porque não fornecem extras nas edições, porque é que se não se adaptam aos tempos actuais...assim não admira que sejam pirateados.
Isto sem falar que na lei dos direitos de autor existe outros absurdos, tais como o tempo de duração dos mesmos, 70/100 anos , para benificiar quem ? quando os autores já morreram á dezenas de anos.
Alguém já leu a legenda dos direitos atrás de um dvd ? Entre outras não permite o empréstimo, nem troca; esta agora então não tenho o direito de emprestar a um familiar ou amigo! Se posso emprestar o carro, porque não o posso com outro bem físico legal (já pago) como um dvd ? Absurdos como estes de quem quer espoliar os consumidores de todas as formas e feitios fazem que não tenha muita pena dos editores/emissores.
Gostaria de aproveitar para enviar os desejos de um óptimo 2008 e seguintes a todos os fumadores passivos, que finalmente conseguiram o desiderato de ter uma média de vida saudável de 120 anos.
Para que esta perspectiva se consolide, deixo mais algumas sugestões, a saber: proibir a entrada em todos os recintos fechados de portadores de vestimentas que contenham peles, como samarras, astracãs, visons, etc., que podem ser causadores de alergias, as quais além do quadro cutâneo podem provocar edema da glote que, como é evidente, pode matar mais depressa do que as consequências do fumo passivo.
O mesmo se deve aplicar, e pelas mesmas razões, a pessoas excessivamente perfumadas. Cada superfície fechada deverá ter obrigatoriamente um segurança à entrada. que verifique se ninguém sofre de tuberculose activa, pois a tosse e os espirros podem facilmente disseminá-la.
Proibir a entrada a ciganos, que se apresentam sempre em grupos numerosos e falando muito alto, o que pode originar ruptura dos tímpanos e consequentes infecções. Proibir a entrada a chineses, porque como são asiáticos podem disseminar a gripe das aves e, como não percebemos o que dizem, obrigam a maior concentração, com exagerado uso de neurónios, o que eventualmente pode conduzir a AIzheimer.
Proibir a entrada a todos os eurocratas, porque a sua actividade transbordante pode provocar, por osmose, esta- dos de debilidade física e intelectual, que conduzirão inevitavelmente a uma menor produção laboral.
Impedir que todos os cozinheiros que confeccionem comida portuguesa típica (cozido, feijoada, tripas, serrabulho, etc.) exerçam a sua actividade, prevenindo as doenças arterioes-cleróticas Com correspondente diminuição de acidentes isquémicos cerebrais e cardíacos.
Proibir a entrada do director-geral de Saúde, pois quem lança o programa 'Tipo de Actuação em Cessação Tabágica' certamente que não se encontra em condições psicológicas para permanecer em superfícies fechadas.
Proibir a entrada do Presidente do Conselho e da sua «entourage» mandante... porque sim!
Penso deste modo contribuir também para um Portugal muito mais saudável, onde se deve trabalhar até aos 110 anos de idade e com 90 anos de profissão, país este que não verei certamente, pois como fumador livre morrerei em breve. (...)
Texto editado no jornal Expresso , mais uma opinião sobre os exageros da ASAE, e a sua ditadura que põe em risco traços culturais nacionais, tudo apenas por mimetismo, ou seja são macacos de imitação do que se faz em certos países, mas não imitam o melhor deles.
de António Pires Lima
no jornal Expresso de 12.01.08
Reza a história que, certo dia, o marechal-de-campo Montgomery disse a Winston Churchill: "Não bebo, não fumo. Durmo bastante. É por isso que estou 100 por cento em boas condições físicas e mentais". Resposta pronta do primeiro-ministro britânico: "Bebo muito. Quase não durmo e fumo um charuto atrás do outro. É por isso que estou 200 por cento em boas condições físicas e mentais".
Desde 1 de Janeiro que eu e todos os portugueses estamos proibidos de fumar um charuto que seja no Pap'Açorda ou noutros templos de culto da arte de bem viver. Portugal macaqueia assim a moda higiénica "made in USA" que invadiu a Europa nos últimos anos. Ainda me recordo da minha primeira visita a Nova Iorque, em 1993, quando tendo feito menção de acender um charuto, na zona de fumadores de um restaurante, para encerrar em beleza um magnífico jantar, fui ameaçado de ser posto na rua se me atrevesse a acender "that thing you have in your hand". Esta hostilidade desnecessária contra os fumadores está, 15 anos depois, institucionalizada no meu país.
Há meses que zelosos inspectores da ASAE, cumprindo com escrúpulo inaudito directivas comunitárias transcritas para a ordem jurídica nacional, sem que o Governo contemple qualquer derrogação ou regime de excepção, fecham restaurantes, condicionam comércios e perseguem hábitos alimentares seculares que fazem parte da nossa tradição. No afã persecutório que tomou conta dos destinos da nação não há enchido que não esteja em causa, arroz de cabidela que seja permitido, papas de sarrabulho que passem a inspecção, jaquinzinho que cumpra a directiva, molho picante caseiro que possa ser usado, galheteiro que ouse ser manuseado.
A obsessão leva o Estado também a proibir a venda directa do produtor ao consumidor: a fruta pode estar imprópria, o vinho e o azeite adulterados, a batata - quiçá - não estandardizada. Esta missão securitária levará o Estado, num próximo passo não muito distante, a invadir as nossas casas para regulamentar casas de banho, aferir cozinhas e utensílios (cuidado com as colheres de pau...) e, - por que não...? - vigiar comportamentos pessoais julgados menos higiénicos.
No mundo moderno de que ansiosamente queremos fazer parte estimula-se a artificialidade: a comunicação social cultiva políticos de porte atlético e conduta 'própria', persegue figuras públicas que não tenham uma imagem 'imaculada'. No fundo, o que realmente se acaba por incentivar é a velha hipocrisia: públicas virtudes, vícios privados...
Como a natureza humana não se modifica com o calendário e a tradição - felizmente - ainda é o que é, resta-nos fazer uso da deliciosa arte da transgressão. O meu convite ao leitor(a) é este: não se intimide com a cruzada higiénica. Faça como eu: transgrida, porque não há prazer maior que o proibido!
É isso mesmo que tenciono fazer em 2008: ir pelas tascas do Minho bebendo vinho verde em malgas de porcelana gastas, devorar cabidelas, sarrabulhos e arrozes de forno de Ponte de Lima ao Douro, sorver sopas de pedra (com a dita no fundo da panela) por Almeirim e arredores, trincar inúmeras bolas de Berlim na praia, - sem celofane, por favor... E quando, em plena digestão de tanto prazer ilegal, abrir a TV e olhar o nosso PM, em pose atlética, a correr e dar voltas e voltas a uma qualquer marginal ou praça vermelha por esse mundo fora, desfazer-me-ei em gargalhadas alarves, qual animal feroz! Sempre de charuto na mão. Em honra a Winston Churchill e em nome da liberdade!
de António Pires Lima
no jornal Expresso de 12.01.08
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