Neste momento de sua vida deve ser o «inferno» por causa de uma justiça que não soube ver que uma criança não é um ser desprovido de emoções, não soube preparar pelo menos uma transição longa entre os dois mundos, o da cultura de origem (portuguesa) e o actual (russa), que não entende.
As mais recentes notícias não são animadoras.
Com uma mãe sem sensibilidade e paciência para conquistar a filha, a maltrata de raiva por esta mais que lógico a não «amar», não é a sua 'mãe', a que a criou e cuidou até onde a memória recorda. Uma mãe que demonstra aplicar uma educação de dureza e sem compaixão.
Tanto se fala em proteger as crianças, mas um dos violadores da felicidade das crianças é o estado que tem leis caducas e juízes sem humanidade, que aplicam leis textualmente como os fanáticos religiosos acreditam na formação do mundo textualmente como a Bíblia apresenta.
Fazer o direito assim não é fazer justiça.
"Mãe, vinde-me buscar"
Terá dito a menina 'russa', aos seus "pais adoptivos" que lhe telefonaram, e que a (in)justiça decretou que devia ser entregue a desconhecidos, e dum idioma desconhecido, mesmo sendo sua família, é isso que são para ela.
Justiça não é fazer o que as leis dizem abstractamente, mas sim em fazer o justo. E o justo era dar atenção aos sentimentos de uma criança que desde os 17 meses só conheceu uma família, a quem chamou de mãe e pai.
Esta criança pela cultura que teve até agora é portuguesa e não russa.
Uma criança que não compreende que mal fez para merecer o «castigo» que lhe impuseram.
Porque não compreendem que quando entregam crianças tão novas, antes da fala, até tão tarde devem manter-se na família de acolhimento até pelos menos os 12 anos, não interessa os pretensos direitos da família biológica, que teve a sua oportunidade aquando do seu nascimento senão 'aproveitou' paciência, que espere até uma idade que a criança tenha mais tino para poder decidir.
Aquele chocante pedido mostra a incompetência da «justiça» que temos.