Num destes e-mail que recebemos entre amigos por brincadeira, e a brincar a brincar se diz verdades, não posso deixar de aqui reproduzir:
Vá lá meninos, vamos todos ser bons cidadãos...
Leiam como, abaixo e façam por isso!
O bom cidadão
por Pedro Barroso
O BOM CIDADÃO é um herói do Estado. Só com ele, o Estado se reforça e
pode virtualmente planificar o futuro da Sociedade. Se todos ajudassem e
aprendessem com este texto exemplar, cumprindo as suas obrigações de
cidadãos, o futuro de todos nós seria muito melhor. E a poupança do
Governo proporcionaria bem-estar e felicidade a um número mais alargado
de portugueses. Infelizmente, nem todos compreendem os deveres de
lealdade à Nação e desviam-se nos mais diversos detalhes e vícios de uma
carreira ordeira, obediente e conforme.
O bom cidadão nasce sem incomodar demasiado o Estado, para não fazer
despesas desnecessárias com fórceps ou cesarianas. Deve, pois, nascer
preferencialmente numa cidade desenvolvida e litoral, onde já existam
infra-estruturas integradas, para não obrigar à construção de piscinas,
mercados, escolas, maternidades, pavilhões ou hospitais escusados.
Se o jovem cidadão nascer em sítios isolados, a sua escola terá decerto
poucos alunos e a sua educação dará prejuízo ao Estado, por manifesto
desajuste entre o excesso de mão-de-obra e a tão pouca massa discente. É
sempre de evitar.
Como aluno, crescerá sem temeridades nem excessos, estudando no limite
da sua inteligência, mas sem ambições estranhas nem perigosas, tais como
bolsas no estrangeiro ou outros excessivos incentivos. Admite-se que o
cidadão, enquanto jovem, faça desporto em estruturas já existentes, mas
é recomendável que saiba conter-se em gastos, hábitos, acidentes e
doenças, poupando ao Estado radiografias e Betadine.
Serão, aliás, costumes de muita utilidade para o seu futuro. A
parcimónia é uma virtude.
O bom cidadão emprega-se cedo e paga os seus impostos. Cinquenta por
cento do que ganhar deve ser para o Estado, para que muito justamente
este lhe retribua com pontes e estradas com portagens, guichets e
Repartições variadas, cujas servem justamente para nelas pagar os
referidos impostos, os selos e as taxas recomendadas e exigidas pelas
necessidades da Nação.
Na opinião, o cidadão é moderado. Conciliador.
Poderá revelar, até, um criticismo parcial, se o exprimir de forma
civilizada no exercício soberano do seu voto consciente. É o seu acto
maior de intervenção cívica. Deve cultivá-lo.
O cidadão deve também compreender e acatar as regras da estrada,
circular no máximo a 120 km/hora nas auto-estradas e a 50 km/hora nas
localidades. Respeitar os seus superiores e as Autoridades e confiar em
geral que todo o sistema montado pelo Estado serve para o proteger e ajudar.
A compacta vivência dos transportes colectivos em hora de aperto deve
ser entendida como uma sempre agradável prática sensorial de aproximação
e intimidade, onde poderá, até, vir a gozar de muito interessantes
experiências de contacto humano, sempre enriquecedoras.
Terá direito a 25 dias de férias por ano e a férias matrimoniais,
maternais e por nojo ou luto de seus entes queridos, patrocinadas pelo
sempre compreensivo Patronato.
O bom cidadão não se mete em desordens, nem participa casos de Polícia,
para não incomodar estruturas cívicas, como os Tribunais. Com efeito,
estas instâncias estão já assoberbadas com demasiados casos, bem mais
urgentes que o roubo da sua carteira ou o assalto por esticão da sua
incauta avó. Os Tribunais são estruturas pesadas e dispendiosas que deve
evitar-se accionar e se aplicam apenas para conflitos maiores.
Por esse motivo, o cidadão deve, desde cedo, aprender que o crime de
assalto, o risco no carro ou as pequenas injustiças que sofrer no dia a
dia são apenas encaráveis como impostos indirectos num Estado de
Direito, e que têm de se suportar com paciência e estoicismo, pois fazem
parte da vida.
O bom cidadão tem a temperança de um muito acreditar que se tornou
desacreditar.
Não é, por isso, nem demasiado efusivo na celebração, nem demasiado
pessimista na derrota. Entende que a vida tem altos e baixos, é preciso
compreender e conformar-se com isso. O bom cidadão é, pois, sorumbático.
Compete também ao bom cidadão presenciar as cerimónias públicas e
aplaudir. São eventos sempre agradáveis, tais como inaugurações de
pontes e mercados, tomadas de posse, visitas ministeriais, etc., com a
vantagem de serem gratuitas, frequentadas por gente influente e sempre
muito instrutivas.
O cidadão correcto reclama moderadamente ao ouvir os telejornais, mas
compreende os esforços de todos os governantes para o bom funcionamento
da República, pelo que tolera os erros de gestão, a má prática, a
assistência tardia, a bicha nos serviços, o prazo do despacho, a
extinção da Maternidade, até os ordenados dos futebolistas.
Perdoa tudo, pois reclamar é sempre feio e raramente conduz ao que quer
que seja.
O bom cidadão, de resto, deve ser recatado e pouco expansivo, pois os
limites sonoros devem ser sempre acatados, e os excessos temperamentais
podem provocar doenças graves como AVC’s, picos de tensão alta,
apoplexias várias, neurose, depressão, etc.
Os seguros aumentam, mas o cidadão deve pagá-los.
Os impostos aumentam, mas o cidadão deve pagá-los, sem reserva. Até os
lucros da Banca, as taxas de juro, os spread’s e euribores e outras
coisas, mesmo que não saiba exactamente o que são. Para o seu bom nome
se manter, o cidadão deve pagar tudo isso atempadamente. A gasolina, as
portagens, a taxa moderadora, a prestação do frigorífico, da casa, do
carro. Pagar.
O bom cidadão declara tudo o que ganha, mesmo as gorjetas.
Compete ainda ao bom cidadão ajudar nos peditórios para o cancro, a
lepra, a sida, a epidermólise bolhosa, a tuberculose e os Bombeiros pois
são, obviamente, casos imprevisíveis que, numa sociedade ideal, não
existiriam e não seriam necessários.
De facto, o Estado não pode, compreensivelmente, acorrer a todos os
desleixados que se deixam indevidamente apanhar pelas mais dispendiosas
e graves doenças, nem é sua culpa que tenham adoecido ou que os
Bombeiros queiram viaturas novas. Há, pois, que sentir solidariedade
pelos seus concidadãos afectados e ajudar sempre, generosamente.
O bom funcionário é a extensão óbvia do bom cidadão.
O bom funcionário é aplicado, pontual, educado e reside na área de
trabalho, para não gastar demasiada energia pública no eléctrico ou
autocarro e contribuir para um bom ambiente e para a diminuição do
buraco de ozono.
Alias a consciência ecológica é um dever do bom cidadão. Deve pôr os
vidros no vidrão; os cartões bem limpos nos receptores de cartão; as
embalagens depois de devidamente lavadas no recipiente adequado. O bom
cidadão decora as cores dos ecopontos modernos e funcionais,
contribuindo para uma mais rápida triagem da parte das lucrativas
empresas de aproveitamento de resíduos sólidos, que, obviamente, não
podem estar a perder tempo com porcarias e lixo sujo e mal encaminhado.
O cidadão exemplar mantém-se até ao limite previsto no seu posto de
trabalho - mesmo que sinta alguma dificuldade em lembrar-se onde fica -
e morre aos sessenta e cinco anos de idade, depois de uma vida de
descontos. Isto para que a Segurança Social lucre com ele, e não tenha
que o sustentar em dependências sempre egoístas e evitáveis que
prejudicam o conjunto da Nação e retiram credibilidade ao sistema.
Para quê gozar de paz e reforma antecipada quando ainda se sente
motivação e vontade de viajar e usar a vida? Todos sabemos que orgias e
comezainas ou viagens prolongadas não são indicadas para a terceira idade.
O bom cidadão fica em casa com a sua reforma olhando a televisão, até
morrer.
Com raras e discretas deslocações à farmácia mais próxima. E ao
cemitério, por uma questão de aclimatação prévia.
O bom cidadão é triste
cumpridor e exemplar.
Ajude o Estado a servi-lo melhor.
Morra cedo.
O Estado ama o bom cidadão.
EUA são realmente um país de doidos, terra de extremos, 8 para 80. Não é que a mais recente noticia destes doidos foi de que uma empregada de 20 anos, Kendra Bull, do McDonald`s foi presa, passou a noite na prisão e saiu com uma caução de 1000 dólares, apenas porque pois sal a mais (mão pesada, gosto discutível) no hambúrguer de um polícia, gratuito para polícias nos McDonald`s dos EUA, o que pensar disto? Falta de bom senso? Ou esse policia e a sua esquadra são malucos, é claramente um abuso de poder por parte das polícias, num sistema legal que permite todas as paranóias.
Falta agora os governos começarem a decretar a cores das roupas que cada um pode usar para não ofuscar olhos sensíveis das autoridades.
Terra maluca, em que regiões, impõem o ensino do criacionismo, fundamentalistas ao nível dos fanáticos da Al-Qaeda. País louco em que a policia prende crianças com algemas como se fossem adultos e por razões que não lembra ao diabo, como foi o caso na Florida de um miúdo de uns 6 anos detido por abuso sexual, só por teimar querer beijar suas colegas, e não fica por aqui de outros casos loucos já tive noticia, embora agora não me lembre dos pormenores para relatar.
É um país que não dá para recomendar, no entanto julgam-se os melhores e querem impor os seus valores aos outros, e espantam-se com as resistências dos outros povos, cujos casos mais extremos são os dos países islâmicos mais radicais. É preciso que alguém lhes lembre que a democracia não é simplesmente o espectáculo mediático (EUA são um paradigma) e meter um papelinho numa urna [caixão e morte da verdadeira democracia], é preciso muito bom senso.
Nem acreditei no que ouvi, não é que uma jornalista espanhola foi perguntar a Cavaco Silva a sua opinião sobre a disparatada ideia de Saramago duma união ibérica.
Só mesmo um jornalista espanhol para sonhar que havia hipótese de Madrid governar Portugal. De Espanha ‘nem bom vento, nem bom casamento‘, é claro que nem boa união.
Os membros das uniões URSS, Checoslováquia, Jugoslávia, decidiram terminá-las; outros como os turcos cipriotas, sérvios bósnios tentaram só a comunidade internacional não quer reconhecer seus estados, exigem que o cão e gato partilhem a mesma casota; outros em que parte de suas populações sonham em acabar suas uniões tais como os bascos, catalães, galegos, bretões, escoceses, flamengos, valões, albaneses do Kosovo, e outros mais. Porque carga de água faríamos a burrice de unirmos onde outros querem sair!
Outros casos incríveis é o de abuso de autoridade pela polícia, no aeroporto do Porto, a PSP prende um funcionário com vários anos de casa, só porque se recusou a deixar passar pelo raio-X a sua alimentação, não que pudesse se estragar mas era algo que se podia examinar visualmente, em todo o caso o bom senso devia impor-se era um funcionário já conhecido, paranóia a mais, outros aeroportos nacionais já autorizam alimentos entre os seus (e nós não temos os mesmos problemas provocados pelas politicas absurdas americanas). Outro semelhante na França, também a policia exigiam a retenção de água benta de peregrinos italianos que voariam de retorno a Itália num avião italiano, voo interno europeu, apanharam a paranóia americana, onde está o bom senso. Peregrinos indignados recusaram deixar a água milagrosa e a beberam.
E Miguel Portas defende inquérito para tramar Durão Barroso, mas porque não pede também um inquérito ao caso do milho algarvio e a ligação ao BE, …hipocrisias são boas e ficam bem a muita gente.
Mas este é o mundo que temos.
Na crónica mordaz do 'comendador Marques de Correia' de 25 de Agosto de 2007 na revista Única do jornal Expresso, por palavras travessas outras se dizem, não pude deixar de a transcrever aqui para que outros também as possam apreciar:
A Eufémia
é vermelha!
Lisboa, 21 de Agosto de 2007
MEU CARO MINISTRO RUI PEREIRA
Escrevo-te na convicção de que deves mandar prender imediatamente os arruaceiros que destruíram a maçaroca transgénica nos arredores de Silves. Não tanto por terem dado cabo do milheiral ao homem, mas sobretudo por apropriação indevida de um nome: o nome da grande Catarina Efigénia Sabino Eufémia, mãe de três filhos e morta no Baleizão há 53 anos pelo tenente Carrajola, durante uma greve de trabalhadores rurais.
Ora, a ideia de chamar Verde Eufémia a um movimento que se dedica a arrancar maçaroca transgénica é como baptizar de Gay Zezé Camarinha um movimento de homossexuais, ou como ver um preto de cabeleira loura - não fica bem nem é natural.
A verdadeira Eufémia tinha, 26 anos, era mãe de três filhos, lutava por um salário melhor e nem sequer era militante do PCP. A sua versão «Verde» luta por menos pólen, valha-me Deus! Mas alguém acha que a Catarina verdadeira se importava com o pólen ou com o gene? Andaria ela em acampamentos de agricultores nos quais a única agricultura que se faz é a da canábis? A coisa nem faz sentido!
Agora imagina, meu caro Ministro, se um dia uns tipos quaisquer se lembram de fazer um movimento associativo da Faculdade de Engenharia para lutar violentamente contra o excesso de currículo e lhe chama Cábula Sócrates? Ou se um grupo de algarvios em fúria contra o excesso de turistas ricos e de festas e confusão no Algarve se une e resolve auto-intitular-se Piroso Cavaco? Ou, ainda, se a claque de uma equipa de basquetebol que faz distúrbios em áreas de serviço da Galp e da Repsol de norte a sul do país se decide nomear Berra Marques Mendes e entra em guerra com os Caceteiros Portas que são adeptos de uma outra equipa de hóquei em patins do Sanjoanense, ou da Física de Torres Vedras, ou vá lá, do Infante Sagres? Sim, que depois da enormidade da Verde Eufémia tudo é possível.
Eu queria ver, meu caro Rui, o que aconteceria caso o Dr. Cunhal ainda fosse vivo... Ou, caso o velho Movimento da Juventude Trabalhadora, que a Dr.a Zita Seabra canta em versos puros e alexandrinos no seu mais recente livro - «Foi Assim» -, ainda estivesse no activo. Meu Deus! Não ia ser preciso GNR para nada, pois o Dr. Cunhal encarregaria o velho MJT de dar tantas no toutiço daquele pessoal que eles acabariam todos a cuspir dentes à mistura com bagos de milho transgénico, já sem serem capazes de distinguir o que era deles, o que era do milho, o que era do gene e o que era do pólen. Benza-o Deus, se acaso tem o Dr. Cunhal com ele.
Isto, meu caro, é que é verdadeiramente importante. E não o que disse o Cavaco, o que disse o Jaime Silva e o que dizem os outros! Não se pode tomar assim o nome de gente séria e trabalhadora. E, se o Governo não fizer nada, formo já o Vermelho Salazar e dou cabo dessa canalha toda antes de eles serem capazes de pronunciar a palavra globalização.
E aproveita que eu estou calmo!
COMENDADOR MARQUES DE CORREIA ,
comendador@expresso.pt